Preocupação

Governo do RS declara estado de emergência por síndromes respiratórias em crianças

Aumento dos casos é comum nesta época, entretanto, neste ano a situação está sobrecarregando o sistema de saúde

Foto: Breno Esaki - Agência Saúde DF - Hospitais e Unidades de Pronto Atendimento estão recebendo um número elevado de crianças com bronquiolite e outros problemas

Por Vitória de Góes
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O governador Eduardo Leite (PSDB) publicou, nesta quinta-feira (6), o decreto nº 57.089, que declara estado de emergência de saúde pública para fins de prevenção e de enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. A decisão se deu diante do aumento de hospitalizações de crianças em decorrência de doenças respiratórias aqui no Estado.

O cenário atual é considerado crítico, especialmente para a população com até 11 anos de idade. Isso porque, até o dia 10 de junho, o RS registrava 2.806 casos de SRAG em crianças nessa faixa etária, sendo 642 com internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com o anúncio do governo, esse é o maior registro para o período desde o começo da série histórica em 2017.

Diante desse cenário, o decreto, de vigência de 90 dias, determina algumas medidas de enfrentamento para a situação, como por exemplo, que as redes hospitalares ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) se organizem para a disponibilização de UTI pediátricas e leitos clínicos com suporte ventilatório para atendimento de casos graves.

Além disso, o decreto segue as diretrizes da Portaria 756/2023, do Ministério da Saúde, que designa, para atenção de média e alta complexidade do SUS, um incentivo financeiro para o atendimento de crianças com SRAG. Agora, cabe à Secretaria de Saúde (SES) coordenar ações de prevenção e combate da situação.

De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o Rio Grande do Sul tem atualmente 264 leitos de UTI pediátrica em 26 hospitais espalhados pelo estado.

Município atento
Em Pelotas, a situação é de monitoramento. A diretora de Atenção Especializada Hospitalar da Secretaria de Saúde, Caroline Hoffmann, diz que a Secretaria de Saúde está de olho diante do aumento da demanda nas últimas semanas em decorrência da chegada do inverno. Ainda, de acordo com ela, historicamente esse período já registra um aumento na procura por atendimento e internações devido à doenças respiratórias.

Indicações pediátricas
A médica pediatra Maria Amália Saavedra confirma que há um aumento expressivo, principalmente, nos casos de bronquiolite, que se manifesta de forma mais severa em crianças menores de seis meses de idade.

De acordo com ela, alguns fatores contribuem para esse aumento em quadros com necessidade de internação, como por exemplo, o fato de que as crianças permaneceram por um longo período em casa, devido a pandemia, sem se expor a outros vírus, não adquirindo resistência. Da mesma forma, mulheres que foram gestantes nesse período também ficaram resguardadas, o que influenciou na imunidade dos bebês.

"Elas também não foram expostas e então não passaram anticorpos para as crianças, porque toda doença ou contato que a mãe tenha, ela vai passar proteção para o filho através da gestação e do leite materno", detalha a especialista.
Mudanças climáticas, cigarro, e a baixa adesão à vacina da gripe também são citadas pela médica como influenciadores no crescente número de crianças e também de adultos que estão ficando doentes.

Maria Amália Saavedra ainda explica a partir de quais sintomas pais e responsáveis devem ficar atentos e procurar atendimento médico para os filhos. "Falta de ar, quando tem disfunção respiratória - que é quando a criança respira rápido e puxa a musculatura debaixo das costelas -, uma criança muito abatida que só quer dormir, tem vômito e não consegue se alimentar… esses são os sinais de maior gravidade", destaca.

Diferença gripe X resfriado

A médica Maria Amália Saavedra explica a diferença entre os dois quadros virais bastante comuns nessa época do ano.

Gripe: sintomas como dor no corpo, dor de cabeça, desânimo, tosse, nariz entupido, perda de apetite são comuns, mas o que define a doença é a presença de febre.

Resfriado: sintomas respiratórios como tosse, nariz entupido, podendo ter um pouco de dor de cabeça e garganta. Entretanto, o resfriado não causa febre.

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